É uma página onde aparecem os meus pensamentos, sentimentos, sob a forma de...
Domingo, 29 de Julho de 2018
sono

Entre os sonhos há

um areal inóspito de sono.

 

Uma obscuridade reparadora

de cansaços plurais.

 

Um vazio cheio de segredos

que retemperam forças:

hábeis utensílios operadores

de milagres desconhecidos.

 

Entre os sonhos surgem

oportunidades indeléveis

de voltarmos a ser caminho

quando à frente se levanta

a mão do sinaleiro mais negro.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 17:28
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Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011
À Fátima Nascimento (de António Simões)

As asas não são asas,

O vento não é vento,

As casas não são casas,

Vencer é o pensamento.

 

A dor não é dor,

É sinal de sofrimento,

Amor é só amor,

Se ultrapassa o pensamento.

 

A amargura das palavras

O sentir profundamente,

Que há ainda muitas lavras

Para semear no presente.

 

Um espinho em cada flor,

uma lágrima em cada linha,

Escreves com amor,

Se te leio, a dor é minha.

 

 

António Simões

6 Ago 2010



publicado por fatimanascimento às 19:09
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Terça-feira, 16 de Agosto de 2011
Regresso a casa (letra já musicada)

No céu do final de tarde

farto de cores vistosas

parece fogo que arde

nas mostras curiosas.

Contraste da terra escura

o grande sol sonolento

varre tons de forma impura

para ganhar novo alento.

Refrão

Faço um belo mundo novo

só do pouco que tenho

é desejo bem profundo

maior que qualquer tamanho

na vida pouco desejo

que a alegria atingida

nela ponho o ensejo

é a vontade querida.

 

Ao volante rumo a casa

Guiada p’lo céu sereno

onde a solitária asa

vê o sombrio terreno

A paz do dever cumprido

É bálsamo pr’a minh’ alma

olho o tempo foragido

que origina a pronta calma

 

 

Agora é nova vida

com muito amor e carinho

Pr’a trás fica a ferida

perdida no mau caminho

Não olharei pr’a trás

tenho o rumo encontrado

e as memórias más

estão no bem fundadas.



publicado por fatimanascimento às 19:28
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Domingo, 7 de Agosto de 2011
Ontem as nossas...

ontem as nossas vontades uniram-se

num desejo inflamado

a tua voz murmurando mundos

abertos a cada palavra

numa voz rouca de desejo

quase inaudível;

as tuas mãos deslizando pelo relevo

do meu corpo imaginado

semeando beijos molhados

e gestos esquecidos,

perdemo-nos nos sentidos

que se abateram sobre nós

como tornados abanando

os fortes alicerces

da nossa intensa união.



publicado por fatimanascimento às 08:15
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Sexta-feira, 10 de Junho de 2011
Neve

A noite cobriu-se de manto escuro,

A rua estacou o passo, expectante,

Os olhos, parados no Inverno duro,

Esperam o milagre resultante.

 

A noite abafa os incontáveis sons,

Suspende todo e qualquer movimento,

Apaga, do céu, os mágicos tons,

Elimina do ar o fraco vento.

 

E toda a natureza assim suspensa,

Aguarda a aguarela delicada:

A alva chuva de pétalas intensa,

Dando à terra a brancura imaculada.

 

Os pequenos leves e alvos flocos,

Descem repetidamente, sem pressa,

Em largas camadas, formando blocos,

Deixando a vasta terra nela imersa.

 

 

 



publicado por fatimanascimento às 16:14
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Quarta-feira, 8 de Junho de 2011
O amor venceu

Perdi-te para sempre

nas ruas incertas da vida,

das encostas luminosas

e frias da cidade.

Perdi-te para sempre

na esquina da noite estival

onde pairam estrelas brilhantes.

Perdi-te para sempre

no choro da lua derramado

nas paredes sonolentas.

Perdi-te para sempre

no coração da saudade

iluminado pelas lágrimas secas

da dor profunda gravada

na imensidão da alma amorosa.

Perdi-te para sempre

 na encruzilhada

do corpo desmembrado

e esvaziado do sentido da vida.

Perdi-te para sempre

à beira da garganta do abismo

onde a loucura ferve

e as noites se confundem com os dias.

Perdi-te para sempre

nas avenidas do amor sereno

de sombras frescas e dançantes.

Perdi-te para sempre

nas memórias gravadas no ser imortal

e guardadas no templo misterioso,

profundo e sagrado do amor inexplicável.

Perdi-te para sempre e achei-te

na compreensão incompreensível

que só o amor pode compreender.

Sim, o amor venceu…



publicado por fatimanascimento às 10:40
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Terça-feira, 7 de Junho de 2011
Nevoeiro

Ergueu-se um denso nevoeiro de sombras

Esfumando a luz suave dos candeeiros

Passam os cautelosos carros rasteiros

Farejando o caminho de lombas.

 

Surgem fantasmas na densa brancura

Armados da grande branca cegueira

Formam a grossa, distinta barreira

Que aos olhos lançam com grande secura.

 

Levando aos ombros os grandes perigos

Enfrentam a densa e branca cortina

Como se fossem da frágil neblina

Os eleitos carrascos inimigos.

 



publicado por fatimanascimento às 21:34
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Domingo, 5 de Junho de 2011
Oh calma...

oh, calma incendiada

das ruas estreitas

onde a pedra talhada

se equilibra e se perde

na memória intemporal

trazida na incessante

canção do vento

murmurando silêncios

sigilosos guardados

no ventre quente da terra.



publicado por fatimanascimento às 09:13
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Sábado, 4 de Junho de 2011
poesia

Poesia

é um sentimento

solto na brisa

 

uma forma que

cativa o olhar

 

a música que

aquece a alma

 

a mensagem

vibrante do ser

 

Outras vezes,

é um amontoado

de palavras secas

 

alinhadas e ornamentadas

 

mensagem que

morre,

em cada

letra já moribunda.

 

 



publicado por fatimanascimento às 13:55
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Sexta-feira, 3 de Junho de 2011
os ponteiros

Os ponteiros do relógio

rodam, rodam sem parar

até já me sinto tonta

com tanto, tanto rodar.

 

Estes sons tão compassados

vão rodando as nossas vidas

e no ciclo repetido,

gasta-se a chama querida.

 



publicado por fatimanascimento às 11:32
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